{## ENJAULADOS ##}

Enquanto se fala de liturgia...

Que gera um absurdo contra a magia...

Noites nebulosas enxugam as mágoas,

Tal qual o vento que sopra as canoas...

Ancorando a nau na beira do medo;

Trazendo a agonia nos rochedos,

Aos marujos curvados nos porões!...

Porões de víboras sórdidas, cegas —

Dos infames errantes sanguessugas —

No mórbido abismo das pregações.

Quando os ataques vêm co’a aleivosia...

Assombrando a suave maresia...

Ventanias sopram nos matagais,

Combatem os rumores dos leva-e-traz...

Nos infindáveis confins do universo,

Proclamando a liberdade ao converso;

Marcham co’a indiferença — os caporais...

Nu’a mor escala adejada de ilusão;

E vão atravessando a imensidão...

— Ó triste guerra dos dramas imortais!

A pior guerra que se pode travar —

É a guerra fria!... No insulto — calar;

Porém, rusgam nos sórdidos porões... —

Morrem nas comédias das maldições.

Crápulas!... Amantes da desventura...,

Vão toldando a hórrida sepultura!...

Desabando nas terríveis propostas,

Abandonando as torres — nas encostas

Do velho monte..... Onde o Senhor orou

Por aquela turba, e depois chorou!

No jardim, a roseira tece a flor,

Sob a luz escaldante do grão astro;

Mudam-se as pétalas co’o vento atro —

Caem as folhas secas de seu olor!...

As trepadeiras das grandes muralhas,

No fraguedo estonteante da súcia —

Resmungam no açoite da vil demência;

Nas encostas da injusta camarilha... —

Que julgam os condenados em seu furor!...

— Enjaulados na penitência d’horror!...

Paulo Costa

27 de agosto de 2009.

Pacco
Enviado por Pacco em 29/08/2009
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T1781746
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