O mendigo
Num beco escuro
De uma esquina estreita
O mendigo solitário boceja...
No saco de tralhas
Descansa a cabeça
De sonhos sem ambições...
No velho papelão amassado
Esparrama seu corpo sujo
Faz frio e o mendigo ronca...
Os açoites da noite
Não lhe dão calafrios
Somente uma ambulância
De sirene estridente
Incomoda seu sono...
Na madrugada solitária
O mendigo adormece...
A cidade desperta barulhenta
Ele espreguiça na calçada
O torpor da noite
Agarra o saco de tralhas
E despercebido sai
Em busca do café da manhã...