O mendigo

Num beco escuro

De uma esquina estreita

O mendigo solitário boceja...

No saco de tralhas

Descansa a cabeça

De sonhos sem ambições...

No velho papelão amassado

Esparrama seu corpo sujo

Faz frio e o mendigo ronca...

Os açoites da noite

Não lhe dão calafrios

Somente uma ambulância

De sirene estridente

Incomoda seu sono...

Na madrugada solitária

O mendigo adormece...

A cidade desperta barulhenta

Ele espreguiça na calçada

O torpor da noite

Agarra o saco de tralhas

E despercebido sai

Em busca do café da manhã...

Cosme Belizário
Enviado por Cosme Belizário em 18/06/2006
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