A L E R T A
Eu me despedaço em gritos,
para lhes fazer ouvir,
até o marco do caos
e as fronteiras do quando.
Quero alcançar, com voz,
as oiças do meu tempo.
Onde laborar a mão humana,
onde florescer poesia do homem,
aí tentarei deitar meu alerta.
O m i s s ã o não é palavra
para ter ficado no dicionário.
Camaradas,
a luta ainda não se afogou
no fosso da burocracia
do fascismo, que já andou
a travestir-se de socialismo.
Ainda há esperanças no porvir,
porvir que, certamente, virá,
queiram ou não os invasores
do Paquistão,
do Afeganistão,
do Iraque.
e da Cisjordânia.
A melhor e maior das vitórias
forja-se na junção fraternal
e na união de forças solidárias.
Um vir-a-ser, sem dúvida,
ainda virá, sob a forma do novo,
mas ora sendo gestado
na bigorna do povo.
Por isso que me repito
e me fragmento e me alastro,
feito constante alerta.
Fort., 26/08/2009.