OPERÁRIO
OPERÁRIO
Jorge Linhaça
Madrugada fria, rua silenciosa
A pífia luz de um poste qualquer
os passos ecoam sobre o calçamento
naquela cidade dormitório.
O primeiro transporte ainda demora!
A parede de tijolos crus ampara seu corpo
Voam pensamentos...esperanças.
O silêncio é um bálsamo!
O chão da obra o aguarda!
O barulho que nunca tem fim:
Ferro a bater em ferro;
o guincho das rodas dos carrinhos de mão;
Marteladas incessantes a fazer e desfazer fôrmas;
O raspar da colher de pedreiro;
A máquina a cortar azulejos
As serras a seccionar as madeiras...
Zé! Acelera aí!
Tião traz mais massa!
Pedrão...descarrega o caminhão!
Tonho! Pega mais cano no almoxarifado!
O barulho de um motor o desperta...
Lá vai ele, vale-transporte contado,
Marmita na mochila...
Duas horas de viagem...
Mais um dia de operário.
Mãos calejadas
Bolso vazio
Construtor anônimo de sonhos alheios.
Arandu, 26 de agosto de 2009
OPERÁRIO
Jorge Linhaça
Madrugada fria, rua silenciosa
A pífia luz de um poste qualquer
os passos ecoam sobre o calçamento
naquela cidade dormitório.
O primeiro transporte ainda demora!
A parede de tijolos crus ampara seu corpo
Voam pensamentos...esperanças.
O silêncio é um bálsamo!
O chão da obra o aguarda!
O barulho que nunca tem fim:
Ferro a bater em ferro;
o guincho das rodas dos carrinhos de mão;
Marteladas incessantes a fazer e desfazer fôrmas;
O raspar da colher de pedreiro;
A máquina a cortar azulejos
As serras a seccionar as madeiras...
Zé! Acelera aí!
Tião traz mais massa!
Pedrão...descarrega o caminhão!
Tonho! Pega mais cano no almoxarifado!
O barulho de um motor o desperta...
Lá vai ele, vale-transporte contado,
Marmita na mochila...
Duas horas de viagem...
Mais um dia de operário.
Mãos calejadas
Bolso vazio
Construtor anônimo de sonhos alheios.
Arandu, 26 de agosto de 2009