Pobreza

Ruas,pobres ruas sem pedras sem nada

No meio, só pó vermelho.

Enfileiradas nos cantos,casas,

De pau,pedra,barro ou lata.

Casas onde não tem banheiro nem pia

Necessidades de quem de tanto chorar sorria.

Foi-se o dia, as chaminés dos fogões sopram

Bolas negras no olho que arde,

Vermelho olho que arde.

Todos os dias cena igual se repete,

O mesmo Chamado...Maria!

A noite reflete da vela, fogo de chama fria .

Sonhos juntos pais e filhos duas esteiras

Pobres unidos um só

Nesta vida feia e matreira.

Salta o galo do pé de abacate

Batendo no zinco do teto

Como hora de relogio bate

O caçula pedindo afeto.

O sol nasce,morre a monotonia.

muda como de magica em passe

Aquela ruela vazia.

Negrinhos barrigudos,brancos tambem

Sem saber do absurdo da vida que vai e vem.

Correm na agua suja das roupas

dos donos quem sabe até da lua.