MENINA DE RUA
 
 
A face toda rosada
De dormir no frio chão
Vê-se a droga estampada
Que fumou na madrugada.
Faz parte de sua vida
Não há porta de saída
Não há outra solução.
Pelo vício é mantida
Talvez - por um cafetão!
 
Nos olhos, desesperança
As mãos são sempre vazias.
Já não há mais confiança
No sonho que lhe alcança.
Os pés sujos e descalços
O olhar perdido e falso
Com uma quase alegria,
Atravessando os percalços
Da vida – no dia a dia!
 
Corre pela  avenida,
Estendendo sua mão.
Pede socorro a quem passa
Como um grito e devassa
A dita tranqüilidade
Do garboso cidadão.
Mas nela, não há maldade
Somente implora piedade:
- Tia - me compra um pão!