Impotência

Que canto eu ,tempo de roxo

De incerteza

Imersa na minha escrita de palavras de dentro

Abafadas no silêncio do grito

Que me vibra e morde

Mas não sai?

Que canto eu , tempo negro

De luto

Encerrada nas cadeias que me prendem

Palavras de dito por não dito

Que me corroem

A transparência?

Que canto é o meu, tempo opaco

De dor

Calada nos olhos abertos ao mundo

Violência gravada nos espelhos

Que me embarga a voz

Verde de liberdade?

Jacinta Quelhas
Enviado por Jacinta Quelhas em 17/08/2009
Código do texto: T1759330