SENADORES

Não são dignos esses senhores

Não morro de amores

Nem mandarei flores

Aos túmulos desses opressores

Não a quem se empossa

Das posses dos outros,

Homens, mulheres, crianças

Cidadãos aposentados e trabalhadores

Não aos que vendem como sendo seus

Aquilo que é de tantos

Aquilo que não lhes pertence

Aquilo que lhes confiaram guardar solenemente

O que era para ser cuidado esmeradamente:

O voto sagrado de uma nação,

De um povo alegre que confia cegamente

Não há perdão terreno

Nem com toda absolvição de um colegiado de pares

Que estão ali também para garantir os seus lugares

Perpetuando a casta de privilégios

Com seus filhos, sobrinhos, netos

Parentes de todos os tipos, que tem garantido o lucro certo

Não aprovo nenhuma dessas ações

Nem como ser humano temente a Deus

Nem como laborioso cidadão

Espero que tantos outros também não se calem

Não se confundam com o ouro de tolo

Apresentado por esses malfeitores

Capitães do mato que se dedicam a arte de açoitar

Pois na língua ardilosa do discurso que proferem

Está traduzido nas entrelinhas

O motivo vil que lhes compele a violentar:

A máxima de um poder incólume e duradouro

Do qual nunca haverão de abdicar