Excluídos

Sempre a margem de tudo

São afogados na clausura do suplicio

E sofrem o desalento da crueldade humana

Assim são esquecidos, desnecessários...

Abandonados cruelmente pelo sistema

Há tempos de serem lembrados, inseridos!

Quase quatro anos se passam... São importantes agora!

É pouco o tempo. Mas os execrados existem!

É hora de ser convencidos a esquecer tudo...

Esquecer o esquecimento, e o descaso por acaso

Promessas velhas precisam ser renovadas

Velhas esperanças precisam ser replantadas.

As sementes secam e decompõem-se na aridez novamente

As promessas do novo broto perdem-se no vicio

O terreno infecundo, travar novas possibilidades.

E tudo, tudo mesmo permanece como dantes...

Porém ninguém contesta nada. Ninguém os ouvi!

O tempo acabou. Outros virão. E, enquanto isso

Gabinetes segredam permutas de figurinhas.

Fora deles, frio, fome, desilusão agasalha os excluídos!...

Sabino Marques