A BATALHA DA HUMANIZAÇÃO
Levanta-se cedo e vai trabalhar
Da boca pra fora o seu coração
Que – coitado – não pára!
Não pode parar!
Chega ao trabalho já desanimado
Nem lembra de seus amigos cumprimentar
E, embora demonstre que está cansado,
Pega de seus instrumentos e vai trabalhar.
À hora do almoço, ao meio-dia,
Senta-se em um canto para almoçar...
E mesmo cansado, barriga vazia,
Não tem forças para mastigar.
Por um instante deseja morrer
Mas, pensa nos filhos:
- “Como ficarão?” –
Precisam dele para sobreviver.
Acalma-se – domina o pensamento –
Volta deprimido ao trabalho
Sente o cansaço de cada momento
Diante do tempo, da bigorna, do malho.