COISAS DA VIDA

-- Seu doutor, o Sr. que pode,

mas, nunca esnobou

os mais “fraco” nesse mundo,

me assunta por favor:

-- Pelo amor de Deus,

não venha você, num domingo à tarde,

filosofar sobre a vida,

eu juro que não mereço...

--Calma meu patrão, se não

retiro logo o que eu disse.

Eu nessa vida só tenho

a honra e meu bigode

pra “se” orgulha,

Por que é que “os bem vistidos”

passa por mim e “faiz qui” nem me vê?

--Ai ai ai.... Isso é coisa da sua cabeça

Todo mundo te admira homem,

Num vê como você é querido?

--Somente quando me "qué” o serviço,

"nu" mais eu passo feito uma visagem.

E eles “ingravatado” e de terno bem passado

num me dá nem um bom dia!

“Mais a de ser um dia,

qui essa coisa adimudá”

--Bobagem meu caro amigo,

eu mesmo nunca fiz que não te vi,

Sempre gosto de escutar o senhor falar.

--O senhor é dos “poco” que é assim:

mais um dia, quando meus” fio se formá”,

e eu tiver um cantinho de meu “pra morá”,

quero ir numa loja das “xique e comprá”

um terno daqueles de primeira,

e uma gravata “frorida, das bem larga”,

quero vesti e sem “devê” a ninguém,

quero "passá” bem de frente dos ricassos

e desse bando de “ignorante, e dizê”:

se é pano o “qui oceis gosta de oiá”,

pode “oiá” a vontade, “qui oiá num faiz gastá”.

Depois vou sair bem “devagá”, bem assim:

torcendo “cum jeitim”, a pontinha do meu bigode.

Depois vou “chegá im” casa satisfeito,

“vô tirá” meu terno chique di risca

e numa caixa vou guardar, bem “guardadim”

Pra quando eu morrer, "di novo podê usá".

--Deixa de falar besteira, caboclo,

vai descansar que amanhã é segunda-feira

e, é dia de trabalhar, seu folgado.

--“Intão inté” mais, meu patrão...

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 20/07/2009
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