O RIO

O RIO

Amigo também do homem

No cume ele jorra

Abarcando a fauna

Osculando com carinho a flora.

Brandamente surge

Vibrando de amor

Saltitando sobre penedos

Brincando de escorregador.

Dá vida aos peixes

Em seu imenso aquário

Em berço esplêndido

De ecológico santuário.

Em mãos mercenárias

Vendo seu fim diluído

Em lágrimas

Extingue a sede o rio poluído.

Povoado atinge

Respeita o direito universal

Em troca lhe presenteiam

Com resíduo industrial.

Chora o rio intoxicado

Encharca triste paisagem

Suas águas antes cristalinas

Seguem pedindo passagem.

Chora o rio

Que outrora sorridente

Descia suavemente a serra

Desfilando em seu leito

Como se fosse extensa passarela.

Daniel de Menezes Costa