Mão Remissa

As ocupações...

As preocupações...

Não se tem mais tempo.

Onde estão os amigos?

Aquele que ofereceu o ombro...

Aquele que se fez ouvido...

Aquele que estendeu a mão?

Mente que aperta e esquece

Depois de cansada adormece

Se fazendo como mente rude

Ou rudemente entenebrecer

Ligada a um coração turbado

Em meio aos tantos abalos

De família, casa, parentes,

Ou duma sociedade carente

Onde só Deus pra socorrer

E criança que corre e não vê

O corrupto atravessar o justo

Com as promessas de fazer

Sentar, relaxar e deixar pra lá.

As situações...

As opiniões...

Nada resolve um mundo insone

Onde estão os risos?

A espontaneidade do colo...

A boca com sabedoria...

Onde está a mão que acaricia?

Flores odorosas enterradas

Rosas fétidas em meio às loucas

Cravos perfumados em jardins

Jardins pisados e queimados

Pelos cigarros de folhas secas

Pelos craques entorpecidos

Dos vilões envaidecidos

Com poderes de leões

E atitudes de ratões

Que roem, sujam e destroem

A esperança do operário

O futuro do ignorante

Que planta e não pode colher!

Soberbos comem e desprezam

O que do suor se adquire

Tão cínico sem suor consome

Sem ver valorizado o sangue

Do que rasga vestes no sol

Que queima pele e racha o pé

E reza pra dançar na chuva

Cantando saber semente nascer.

Chuva solução hidratante dum povo estonteante

Resposta ávida da natureza aos que agem com esperteza

Se não acodem nem abrigam, é porque querem matar

AnjoLuzPoetiza
Enviado por AnjoLuzPoetiza em 15/07/2009
Reeditado em 15/07/2009
Código do texto: T1700169
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