POESIA CRÍTICAS (OBRAS COMPLETAS)
Flúvio Cícero dos Santos
Poesia brasileira.
11951256241
O POETA.
Eu sou um poeta
Com um bom temperamento
Que apesar desse momento
Não sou um ótimo e grande profeta
Eu só queria bater a meta
Deste maestríssimo movimento
E mostrar o clareamento
Para andarmos numa reta.
O meu povo não acorda
E acha que as coisas são tão bem feitas
E sempre como um boneco de corda
Acham que as leis são perfeitas
E com as idéias deles concorda
E até as promessas são suspeitas.
OS EUS
O maior inimigo da gente
Está e sempre esteve conosco
E contra nós está disposto
Mas não se mostra transparente
É um ser muito eloqüente
Sempre faz o nosso gosto
Também nos traz grande desgosto
Pois prejudica sempre a gente
Este é o meu o teu maior inimigo
Pode crer só pensa no apogeu
Está em nossa frente como o umbigo
Mas devemos fazer como fez Eliseu
Pensei: e conversei um dia comigo
Descobri, este ser é o próprio Eu.
A LÍNGUA.
Tomou-me a tristeza
A tristeza minha alma
Noite e dia sem calma
Com a vida sem beleza
Mesmo se eu fosse da realeza
Tendo vidas em uma das palmas
Não conteria a própria alma
E viveria na incerteza
Ah!Vida sonhadora
Penso no futuro mundo
De uma classe ajudadora
Sonho meus de alguns segundos
E o povo do submundo
É aquele da língua difamadora
Com sua língua de metralhadora
Fala aquilo que vem do profundo
ESCRITOR POBRE
De patifaria eu não sou
Assim é meu jeito
Pois quero somente o respeito
Que a burguesia (conquistou)
Meus escritos não é somente alegria
Porém defeitos não acharão
Mas de imperfeito acusarão
Pois nasci e cresci na periferia
Sou apenas mais um pobre
E isto posso lhe confirmar
Não escrevo para o nobre
Para não me contentar
Mas que ao passar do tempo
Valerá mais do que ouro, prata e cobre.
Mas não conseguirei me canonizar
Pois eu sou do povo pobre.
FOME. (I)
Uma criança da periferia
Na escola a estudar
Viveu sempre sem alegria
Não soube nem o que é passear
Mas numa grande agonia
Não houve quem a ajudar
Num movimento em euforia
A saúde veio a lhe faltar
Prestar socorro ninguém queria
Uma professora desesperada fora lhe levar
Ao posto médico sem harmonia
E do estômago seu coração veio a falhar
O povo tristeza sentia
Na sua casa o recado o recado vieram dar
Sua mãe recebendo com alegria
Disse: Menos um para lanchar.
FOME II
Uma criança para mãe perguntou
Se no Céu teria cama
Para levar a todos que ama
Pois na Terra sofrimento passou
E para mãe perguntou de novo
SE NO Céu teria água
Para acabar com todas as magoas
E viver um lindo renovo
Perguntou se no Céu havia comida
A mãe disse claro que sim
Contente com a cara florida
Fechou os olhos e chegou ao fim
O CEGO
Dizem que o amor é cego
Mas dizem quem não o conhece
Que se for rico empobrece
Trocando ouro por prego
Dizem que é coisa do ego
Que só o tem quem o merece
Quem já sentiu não se esquece
Sendo assim se torna um cego
Mas o amor é um sentimento
Que para muitos, é coisa morta.
Por isto vivem sem lamentos
E a vida a só suporta
Mas a necessidade vem à porta
Vem bater conforme o tempo
O amor pula a janela e nem se importa
E vem separação sem contentamento
Mas aqueles que suportam
São valiosos como ouro
Pois Deus os conforta
E são mais preciosos tesouros.
INOCÊNCIA
O adulto só pensa maldade
E a criança é como um querubim
Pois só dizem a verdade
E o adulto não é assim
O adulto não é consciente
E a criança é um Serafim
É um ser inocente
E o adulto não é assim
O adulto é malvado
A criança é como um jasmim
Pois sofre tudo calado
E o adulto não é assim
O adulto guarda rancor
A criança é como flor em jardim
Sobrevive do amor
E o adulto não é assim
O adulto vive do não
A criança vive do sim
E aceita a repreensão
E o adulto não é assim
O adulto melhorará?
A criança se iguala a Elohim?
O nosso próximo devemos perdoar?
Pergunte a si próprio, pois a vida é assim.
PODER PARA O POVO.
A revolução francesa
Viria o povo beneficiar
Acabar com a realeza
E vida justa a todos dar
Acabar com a monarquia
Fazendo um novo governar
Onde todos teriam alegria
Platão após dois mil anos iria subir ao altar.
No dia da grande guerra
Viria à cabeça de o rei cortar
E tomaram posse da terra
Enfim todos irão reinar
Mas com o fim da monarquia
Uma nova sociedade veio a se levantar
Pois a poderosa burguesia
Veio agora para o pobre maltratar
E o povo vive a república
Pensando que o governo é só alegria
Mas de quatro em quatro anos
O pobre vive um ou dois dias de democracia..
AMOR E CIDADANIA
Como cristãos sofremos com fome
Como cristão sofremos com a dor física
Como cristão sofremos com a enfermidade
Como cristãos sofremos com a guerra espiritual
Sofremos com lutas, e dificuldades financeiras frio, calor injúrias e calúnias.
Sofremos assim como cristo Jesus (Yahoshua) sofreu
Mas nós reclamamos e Questionamos a D’us.
Como cidadão, pago meus impostos.
Como se cidadão vou às urnas
Como cidadão tenho direitos à saúde, moradia,lazer educação,igualdade social e religiosa e emprego.
E ninguém questiona.
Sofremos como todo povo pobre sofre humildes e calados.
E ninguém questiona.
OBRIGAÇÃO
Eu não tenho culpa
De estudar em escola pública
Vou contar-lhe minha súplica
Das escolas em que estudei
Foi em escola pública
Que nos estudos básicos me formei.
Alguns professores ruins
Numas escolas encontrei
A vida fora assim
E muitas súplicas eu chorei.
Alguns professores bons
Neste mundo eu achei
E aproveitando seus ricos dons
E a inteligência eu enxuguei.
Minha terra era boa
E a sabedoria eu semeei
Alguns professores não trabalharam a toa
E nela água eu reguei
Conclui os meus estudos
E supletivo eu cursei
Usava-o como escudo
E o meu curso eu terminei
PERSISTÊNCIA
Após alguns anos parado
O vestibular eu encarei
Para uma universidade
Com nota baixa eu passei
No primeiro ano sofri
Disciplina nova estudei
Gente culta eu vi ali
Sendo assim desanimei
Vieram de escolas boas ou particulares
Muitos desse eu encontrei
Fuvest e pré-vestibulares
E supletivo eu cursei
Primeiro ano dois exame
E nas férias estudei
Ufa! Escapei de um vexame
Gloria a D’us, enfim passei.
Segundo ano foi numa boa
Mas triste e desempregado eu fiquei
Mudança embora doa
Parei, pensei e respirei.
No último ano veio a surpresa
E com parte do grupo me decepcionei
Continuei o ano na realeza
Não sou príncipe, mas sou filho do rei.
Enfim formatura
Uma escola a trabalhar
O sistema é coisa dura
E os alunos não querem estudar.
Pois dizem que o passar de ano
Automático será
Eles vivem num engano
E no futuro cada um sentirá
Que o ensino não é só os professores
Mas que as leis eles têm que saber interpretar
Para futuramente não sofrerem dores
Para o conhecimento enxugar
VIOLÊNCA
Em 2002 na Coréia do sul
Havia um homicídio por ano.
Havia um homicídio por ano?
Havia um homicídio por ano!
As agências funerárias não deviam ter concorrência
Ou logo abriram falência.
FELICIDADES.
Na Praça da Sé havia dois mendigos
Ambos se divertiam muitíssimo através de brincadeiras.
Nunca vi um rico ou família bem estruturada, com tal felicidade.
O FIM
Zeus entregou o mundo aos deuses
Poseidon está enfurecido
Hades dominou 80% da população mundial
Apolo prometeu queimar o que sobrar do universo.
MARAVILHAS
Minha terra tem desemprego
Mas povo quer trabalhar
Não sabe o que é sossego
E a criança com fome vive a gritar
Minha terra tem violência
Não se fala em amores
Minha terra tem muito dinheiro
Que provoca intensas dores.
Tem fortuna beleza e riqueza
Tudo mal distribuída
O povo como herança tem a pobreza
Como companheira de vida
Permita D’us que isto mude
Para melhor o povo ficar
E um dia falarmos que o nosso país
É um ótimo lugar a se morar.
RESPONSABILIDADES.
Sou proibido de beber
Pois não tenho idade
Nem responsabilidade
Para diversas coisas sou menor
Mas para ir às urnas votar e decidir o futuro presidente
Sou responsável?
NECROTÉRIO.
Atendimento mau
Cadeiras lotadas
Corredores cheio de confusão
A morte cerca a todos.
Morreu uma senhora sem chances de vida.
Por que não foi socorrida?
FEIRA
Várias pessoas com sacolas
Crianças, jovens, adultos e até velhinhos.
Disputam na lateral da rua o alimento da semana.
NASCIMENTO X MORTE.
O dia começa, ele acorda.
Vai ao banheiro escovas os dentes
Seu café está pronto.
Mas ele sai sem saboreá-lo.
Meio de transporte público, lotado e agitado.
Ao chegar ao serviço, cumpre o primeiro período.
E após o almoço trabalha sonolento até dá o horário do almoço.
Vai para casa depois de um grande agito, mas cansado, quer chegar rápido em casa.
O dia finda, a noite cai, ele volta para casa e dorme...
O SER HUMANO
Sempre melancólico a situação no mundo
Hipocrisia.
Ganância
Vaidade
Ah se fosse eu como um computador e me formatassem, e deletassem minha mente.
Ou como um bêbado esquecesse por um momento a realidade
E eu não fosse obrigado a me alienar ao sistema humanístico.
Assim seria igual a eles.
E deixaria de ser crítico, realista, e viveria uma vida romântica.
E seria um ser deprimente, que é aceito pela sociedade.
DEZ IGUALDADES
Na praça da Sé
Jogam bolas 3 corintiano, 3 são-paulinos, 2 santistas e 2 palmeirenses
Não se sabe quem são ou quem é quem
Se os nomes são Washington, Wellington, Michael ou Maicom, Pitter ou Pedro John, ou João, Joseph, ou José
O importante é que jogam contente.
Batendo bola com o pé.
Ela beijou a trave.
Um deles faz gol de CRAQUE.
A felicidade reina, e todos se abraçam prazerosamente, faça chuva ou sol.
Sem reclamar da fome da falta de roupa.
Enquanto os seus ídolos se divertem nas piscinas.
INVERSÃO.
Praça da república, Barão de Itapetininga São Paulo-SP.
Milhares de pessoas brancas e pardas procuram emprego.
Animados, vão a Rio Branco. E lá vêem centenas de negros engravatados.
São Angolanos, Nigerianos?São Africanos.
Entrevistas
Uns para a Liberdade, diversos Japoneses.
Uns para a cidade jardins, quantos Judeus.
Eu fui para a Paulista, diversidade de nações, Franceses, Italiano, Espanhóis, Ingleses,
Alemães, Americanos, etc.
AH desânimo bateu, a dinâmica fora difícil.
No caminho para o metrô, a chuva resolveu cair.
Um carraço do ano passa e me joga água de uma poça.
O motorista era um play-boy de cor negra.
Havia um adesivo escrito os seguintes dizeres.
Estudo na USP.
Sou beneficiado e inteligente.
E os pobres sejam brancos pardos ou negros, mal conseguem terminar seus estudos.
.E não possuem cotas por estudarem em escolas públicas.
BRASIL
Meu amor, como te amei
Tu eras linda aos meus olhos
Teus cabelos eram cheios, enormes e negros
Teus olhos eram castanho, que chamavam a atenção de muitos.
Andavas nua, pois era maravilhosa.
E eras branca como a neve
Teu tronco possuía lindas curvas, os pés eram como raízes que sustenta tudo.
Só eu te amava, enquanto os outros só te desejavam.
Com a modernidade, cortaste teus cabelos, e o pintaste de loiro,como as outras.
Seus olhos são verdes, sua roupa é azul e cinzenta, tua pele não tem cor.
Tudo isto foi por que preferiste os amantes sem amor para dar-lhe do que a mim,
Povo de Pele vermelha, povo que derramou o sangue para tê-la em meus domínios.
Ficaste com eles e tem uma vida agitada, sofrida e depressiva como as outras.
VISÃO
Quando o meu povo conseguir enxergar.
O país melhorará
Quando o meu povo aprender a votar
O país melhorará
Quando o meu povo souber reclamar
O país melhorará
Quando a corrupção findar
O país melhorará.
O governo pensa que nós somos idiotas
Querem que sejamos patriotas
Fazem o que pensam, pois estão a altura.
Dizem que somos povo pobre e sem cultura
Que não sabemos falar nem escrever.
Eles são a elite, o povo poliglota.
Fazem-nos de brinquedos uma mariota
E dizem que somos de pequena estatura
E nos engana dizendo: já passou a ditadura
Inventam neologismos e regras para a língua, para não sabemos ler.
PRESÍDIO.
Já é de madrugada. Eles levantam cedo.
O portão está lotado de pessoas e o ambiente é pesado e fechado.
Há polícia por todos os lados.
O sinal bate. Hora de entrar.
Eles seguem e faz tudo o que lhes ordenam.
Sinal bate. Hora de sair. Mas não podem ver o sol. Pois não é dia.
Eles são chamados atenção por inspetores, e têm que comer o que lhes mandam.
Sinal bate é hora de voltar a sala cujo troca-se um fonema e dois grafema para a palavra cela.
Sinal bate hora de ir embora, mas ao outro dia começa tudo de novo.
PALAVRAS.
As palavras não pesam
Mas um título pesa muito.
As palavras são vendidas de diversas maneiras:
No discurso político, na religião, na universidade.
Não importa onde seja, sendo de um intitulado, ele criará sua tese seu discurso,
E enganará o povo mais humilde. Foi algo infernal.
Uns vendem ciências, outros terrenos celestes.
E enganam o povo de norte sul, leste e oeste.
Mesmo com a própria linguagem artificial.
BABILÔNIA
Tu sofreste no teu nascimento
Teve infância difícil
Mas tua adolescência fora em desobediência
Sempre saíste com outros homens por causa do dinheiro.
E engravidaste e maltrataste teus filhos.
Tornaste mulher. Hoje és bela.
És lindíssima e não alfabetizaste teus filhos.
E roubas dizendo palavras enganosas.
Vendes o que não te pertence ainda diz que ninguém é como eu.
Em breve ficaras velha e teus amantes te deixarão. e seus filhos abrirão os olhos.
E não te reconhecerão.