Menino da Rua
Vejo os filhos paridos em avenidas construídas!
Vejo os mesmos em espaços quase vazios.
Os vejo no nada.
Falta-me perceber o porquê de estar aqui
Observando tudo, pois nada posso fazer
Não posso voltar, nem posso fugir
Vivo esperando o fim do viver!
Vivo num elo de mim mesmo
Até chegar na próxima avenida
E vir os filhos paridos com mães felizes
E eu?
Não chego a lugar algum a não ser com meus pés
Já calejados e cansados.
Outros não...
Têm quem os guiem e os levem
Os ensinem e os protejam
e eu?
Aprendendo com a vida me vejo sempre só!
Vivendo o que sei, o que aprendi!
Escorregando em cada esquina
Me perdendo em cada beco.
Não apostam em mim
não vêem o que eu faço nem o que sou
Vou me perdendo e me achando
Meu futuro sou eu e fim.
W.Silva