Que nos perdoem os nossos avós
Caímos como anjos neste mundo sem razão
Ideais vendidos como em feiras às manhãs
mercado insano, fez propaganda da nação
Como no Éden, fez-se da juventude, a maçã.
Ídolos falhos, retalhos de ideologia vil
Mentes mandadas, contrariando os tempos
Imposições de teorias, aceitação hostil
De pau mandados, eleitores - isentos?
Proclamo o fogo, que a história anota
E este meu tempo, qual ideologia escreve
Queria na luta, ‘inda que vitória ou derrota
Erguesse a fronte ao dizer que a luta enobrece
Mas nos fizeram enlatados, cópias e linhas
Já pré-traçadas, inventadas por atores da alta
Que as ideologias seriam tão suas quanto minhas
Mas pra quem vive de compra, juros não faz falta.
Caímos como anjos neste mundo sem razão
Pois nossos pais no ensinariam a viver de ética
Mas nos privaram, nossos avós ainda pediam perdão
Quando os filhos trocaram a luta sã pela poética.
No nosso peito a faca, essa geração atrás
De falsos ídolos e reacionários, ainda fincam!
Nos livros de história ainda não ensinam
Que com esse tipo de poesia não se brinca...