INFÂNCIA PRISIONEIRA

INFÂNCIA PRISIONEIRA
Jorge Linhaça

São tantas grades, em portas cerradas,
janelas repletas de barras de aço,
limitando o tempo e o espaço
das crianças assim aprisionadas.

A infância perdida em mil medos,
o mundo, lá fora, olhado por frestras,
Ó, meus Deus, que infância será esta?
Distante da rua e dos folguedos.

É o medo ! Vilão que acorrenta...
fere o sonho, esconde as faces,
e a nossa alegria afugenta ...

Ah criança, transformada em alface,
com medo da cidade violenta...
criada em canteiros, com mil disfarces