RIO EM JANEIRO NÃO É O RIO DE JANEIRO
Rio em janeiro não é o Rio de Janeiro
Pasmem!...
No nascedouro do rio, um som de flauta transversa,
é o que ouço daqui da desembocadura
E, como acontece em março, agora janeiro dá o ar da graça, e vira chuva em todos os cantos
"God save the rain"* sim?!
Os arrabaldes olham desconfiados para o rio
E o rio reflexivo olha para os arrabaldes
E, como a natureza precisa dela mesma
Assim vivendo os batráquios engolem mais mosquitos
E a cadeia alimentar dos animais instalam-se naturalmente
A vida que depende da vida; _ vive também em sorriso
E bem distante dos meus olhos
_ Um camelo olha pra trás e diz
Mãe camela, não quero ser mais camelo
_ E próximo de mim uma mulher fala, a quentura do frio, queimou as folhas da hortelã de quibe
_ E os porcos fitam a água a subir
e, pensam em criar asas e voar
_ Os bípedes que são unidos, dizem estamos ligados, e, já, já aprenderemos a nadar
E a água do rio sobe, faltam quatro dedos,
Para ultrapassar o dique
Enquanto a ponte general Dutra cai, e vai ao fundo do rio
E, não tão distante encrava-se no seu leito a ponte Rosinha que já deveras está por aqui
E, o feixe dos meus olhos, já não conseguem ver tudo
_ A quitanda já não dorme
_ O trailer cochila
_ O vigia, vigia o vigia, que tem insônia
_ E, a população ribeirinha, já não sabe o que fazer
O rio em janeiro não é o Rio de Janeiro:
Aqui somente uma parte
* God save the rain ( Deus salve a chuva).
MOISÉS CKLEIN.