Felicidade em rede nacional
A felicidade para mim é uma loira de cetim dirigindo um carro esporte.
A morte é a sorte dos loucos. Por isso eu fico roco,
aos berros dou gritos ao vento, tão faceiro como o tempo,
Vem e se espalha, não se vai sem levar uma flor ou uma alma, simplesmente não para.
É a loira feliz no seu cetim, dirigindo um carro esporte e com um pouco de sorte ela será feliz.
Eu vejo tudo isso de fora, enquanto ela olha pelo retrovisor, pensando em inventar um novo amor para ocupar o espaço na agenda que vagou.
O horror da morte é a sorte do esquecimento, mas não é tão mau, não há lamento.
Um dia estarei naquele carro esporte e com um pouco de sorte eu serei feliz, vestida num cetim, do jeitinho faceiro que eu sempre quis pra mim.
Enquanto isso não acontece eu assisto a tevê, na esperança de ver mais uma vez a mulher do carro esporte, esperando ter a sorte de um dia ser feliz.