Cachoeira Alegre

À beira do Sapucaí...

Caí de amores e me deixei levar pelas águas correntes da Alegre cachoeira!

Era uma vez...

O dono primeiro, um português, o Diamantino, a batizou

Cachoeira do Diamantino ou cachoeira Alegre

Orvalho cantando bom dia

Banho na cascata de pedras

Descanso à sombra do jatobazeiro

Peixe assado na telha

Frango caipira no fogão à lenha

A paisagem da ilhota rodeada de belezas naturais

Dourados fazendo acrobacias

Surubins mergulhando contentes

Crianças correndo na relva

Belas tardes em dias muito iluminados...

Poente saudando a família.

O telhado do rancho parecia romper de emoção

A viagem de bicicleta aumentava o prazer de mergulhar em águas cristalinas

Os florestais, ficavam à espreita, querendo a tarrafa do seu Gato

Em visita à pequena ilha convidando à pescaria.

Única na região, suas águas pediram um futuro garantido.

Tombamento feito!

Pronto.

Nem mesmo o progresso... ops, e por falar em progresso...

Recentemente, a Alegre cachoeira está aterrada

Sepultada!

Despida de seu manto verdejante

Coberta por nova indumentária

Areia... pedras... cimento... máquinas... operários...

Andar sobre as águas?

Já era...

Nasce uma barragem

Progresso.

A hidrelétrica chegou.

E o tombamento...

... e os banhos na cascata...

... os belos surubins ...

... os saltos dos dourados...

... os imensos jatobás...

... a cervejinha no final da tarde...

... a ilha ...

... as flores viçosas...

... os pássaros encantados...

... as trilhas vistosas...

... as crianças brincando...

... a natureza chorando... SOS

... a questão ambiental

Já era!

Saudades...

Maricília Lopes Silva
Enviado por Maricília Lopes Silva em 24/06/2009
Reeditado em 09/09/2012
Código do texto: T1665937
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