Esfera da vida.

Certo dia peguei-me pensando

No quanto a vida é transitória

Vi-me em um momento de lucidez

Uma esfera designando minha trajetória

Era uma esfera gigante, transparente

Conseguia ver imagens do passado e do presente

Comecei a analisar o seu percurso

E percebi como tudo parece ser superficial

Mas também vi como pessoas podem fazer o bem

E muitas ainda, preferem o mal.

Nessa confusão comecei a refletir

Qual é nosso papel por aqui?

A explicação ninguém comprova

As pessoas parecem sempre percorrer um ciclo

Sem variância, sem destino

Todos do mesmo jeito começam e terminam

A diferença é no que fazem em vida

Mas qual pressuposto assim determina?

Afastamos-nos de si mesmos

Moldamos-nos a um plano já traçado

Ensinam-nos a amar

Guiam-nos a pensar

Quem tem domínio disso tudo?

Alguma força divina?

Ou alguns poucos que qualificam?

A esfera foi girando

E nesse passeio fui tomando conta

De como as coisas perdem o sentido real

E o sentimento predomina superficial

Vejo ricos seguindo suas vidas indestrutíveis

Vejo pobres se destruindo por comida

Com a ganância gerando sofrimentos

Como podem seguir a vida?

Sinto pessoas sem sentimentos

Penso em vidas destruídas

Impressiona-me a translucidez

Dessas imagens tão reais

Nesse momento de lucidez

Espero ainda por sinais

Como devo prosseguir?

Honestidade, paixão e ideais.

São dignos de seres humanos racionais

Mas com tantos sentimentos nobres,

Podemos ainda continuar pobres.

O plano nosso já é traçado

No momento em que nascemos

Nesse perfil de mercado

Que só mesmo desfrutaremos

Se seguirmos o que mandados

Nesse molde de influencias

Sem ficarmos indignados

Ou pior, perdemos nosso tempo.

Ficamos enfurecidos

Com injustiças já vistas por anos

Mas ainda não solucionados

Ainda passam a mão na nossa cabeça

E culpam nossos antepassados

Qual será a solução?

Aceitar e ficar calado

Por que com essa imposição

Nos sentimos humilhados

Essa esfera agora parece crescer cada vez mais

As imagens já não parecem assim tão nítidas

Mas onde ela vai parar?

Parece distante, esfumaçada e triste

Diante dos meus olhos a vejo viajar

Com todas as despedidas

Com todo sentimento que existe

Não posso assim deixar apagar

De repente num estalo

Abro os olhos e vejo tudo embaçado

Percebi, acabei de acordar!

Mas por que ainda me sinto embaraçado?

No coração sinto ainda a esfera girar

E com a angústia de um predestinado

Começo meu destino redesenhar

Por que se eu ficar sempre parado

Não vou ver onde essa esfera vai parar

Leo Blanco
Enviado por Leo Blanco em 21/06/2009
Reeditado em 22/06/2009
Código do texto: T1659405
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