Poema de muitas faces

Poema de muitas faces

Quando nasceu, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai! ser gauche na vida...

E ela foi!

Macabeando no viaduto

lenta de passos galopantes

ANTES Antes antes

sorria lágrima de luto.

Rápida postou-se rente.

Demente,

no amargo parapeito

enquanto a tísica lhe ardia.

Glória negra peste branca

para ela Chicuta Campolargo!

Inimigo não se poupa. Ferro nele!

DEPOIS Depois depois

A cabeça que fervia

galreio de boca muda

gritava pela vida fria

VIDA Vida vida

Erige,

toc toc ia e voltava

num olímpico olhar néscio

de suspiro estridente

clamava pela morte quente

morte Morte MORTE.

Virge!

(pesquisa base: Poema das sete faces – Carlos Drummond e Andrade

A hora da estrela – Clarice Lispector

Os devaneios do general – Erico Veríssimo

- Utilização de ambivalências e antinomias, “Método Lautréamont’ )