ALHEIO
Enquanto a cidade dorme,
vagueia um ébrio...
Uno, sob as luzes tristes.
Em cada esquina uma parada...
Observam-no os olhos da rua:
a brisa, papéis ao vento,
a cara de homem no cartaz do poste,
farelos de areia correndo,
o semáforo, um carro apressado... os olhos da rua.
Vai o bêbado...
Destino? A ninguém disse...
Pelos becos, ruelas, aos tropeções...
Tosco, delirante
envolto no silêncio da noite fria e mordaz;
cabeceando paredes, postes, árvores...
Cai.
Rola o corpo dormente,
o rosto sangrento se encaixa na sarjeta.
Amanhece.
Um homem vencido...
Um homem?