Olha lá do outro lado
Olha lá do outro lado do muro
Onde morre o beco escuro
E o dia é mais duro
Sem esperança de futuro
Olha lá do outro lado da ponte
Já não há mais horizonte
Dor e fome tem de monte
A morte espia de fronte
Olha lá do outro lado do sonho
Onde o riso é mais tristonho
Aos seus olhos é bisonho
Mas o destino é medonho
Olha lá do outro lado da vida
Onde não há mais saída
Esperança adormecida
Falam...gente mal-nascida
Olha lá do outro lado de tudo
Não me arrisco em ficar mudo
Diante de tanto absurdo
Meu poema grito agudo