Mulher na Vida
Mulher na Vida
Ai! Já não aguento mais
A dor desta ferida
Que carrego no peito escondida
Ferida feia feita pelas maldades
Dos homens que amie
E me tornaram mulher na vida!
Dentro de mim arde como brasa.
Já não encontro mais espaço
Para tandar dor
É amargo, Ter sofrido por amor.
Tornei-me mulher trapo
Ou velho bagaço?
Como dói! Lá vem outro estilhaço
Do circo, talvez do palhaço
Desejo apenas carinho, beijo e abraço.
Quem não conhece, não sabe
Imagina: Lá vai ela.
Tão Linda! Tão bela!
Sua silhueta desliza pela passarela
Seu perfil é eternizado na tela
Da luta constante pela vida.
Não sou a única
Sou como a cópia de muitas
Que choram e rolam pelas esquinas
Esmolam, ou são vítimas de chacinas.
Sem salário, sem garantia
Sou negra, branca, amarela
Desdentada e perfumada
Sou a mulher que ninguém vê
Que vive escondida na multidão
Mas também tenho coração
Peço ao Senhor em oração!
Proteja todas desta nação
Do planeta e as da futura geração.
Para que a dor desta ferida
Não as tire mais cedo da infância
Não as faça mulher sofrida na vida.