Ópio do Povo
ÓPIO DO POVO
(Réquiem para nós)
E ela que era tão forte, fez-se fraca.
Nada mais é que um tênue fio,
um quase nada.
E ela que era de todos razão comum
esmaeceu de esperar.
E ela que era tão viva, que era tão vida,
que era tão alma, que era só brilho,
amanheceu no lugar comum – dos sonhos hostis, dos gnomos mprtais
e das fadas estéreis – a se arrastar para perto do leito das coisas inúteis.
Sem ela, a fé é fraca,
a vida é sopro,
a luz, penumbra,
tudo é efêmero, tudo inexiste.
Sem ESPERANÇA tudo divaga,
tudo é sombra.
A vida é triste,
a angústia assola,
a tristeza assombra.
E agora?
O que fazer dos nossos sonhos?
O que dizer aos nossos filhos?