Na lavoura doura e imatura

Sem ter opção levanto ás 3 da madrugada,

Tenho que dar o de comer para a minha filha.

Bebo um café ralo para enganar a fome varada,

Tento ser forte até o fim da linha.

Minhas mãos calejadas mostram o meu trabalho suado,

Anos a fio de sofrimento e peleja aguda.

Vejo nos meus amigos um olhar cansado,

Cansados de não serem reconhecidos caem na solidão profunda.

Nessa terra de meu Deus dos esquecidos,

Recolhemos frutos amadurecidos,

E perecemos como alguns pés de café cheios de ferrugem.

Sem ter para onde correr somos marcados, pois as horas urgem.

Mesmo de sol a sol ainda sonho e não perco a fé,

Pois tenho uma filha para criar.

Não quero que ela sofra como eu nessa lavoura de café,

Tenho a esperança de que Deus vai me ajudar.

.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,

“Temos tanto e ainda reclamamos.

Quanto mais temos mais queremos.

A vaidade nos enaltece,

Enquanto milhares de trabalhadores,

Sentem varias queixas e dores,

Sem voz as vitimas do sistema, perecem.”

Ranyelle Augusta
Enviado por Ranyelle Augusta em 04/06/2009
Código do texto: T1631904
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