Na lavoura doura e imatura
Sem ter opção levanto ás 3 da madrugada,
Tenho que dar o de comer para a minha filha.
Bebo um café ralo para enganar a fome varada,
Tento ser forte até o fim da linha.
Minhas mãos calejadas mostram o meu trabalho suado,
Anos a fio de sofrimento e peleja aguda.
Vejo nos meus amigos um olhar cansado,
Cansados de não serem reconhecidos caem na solidão profunda.
Nessa terra de meu Deus dos esquecidos,
Recolhemos frutos amadurecidos,
E perecemos como alguns pés de café cheios de ferrugem.
Sem ter para onde correr somos marcados, pois as horas urgem.
Mesmo de sol a sol ainda sonho e não perco a fé,
Pois tenho uma filha para criar.
Não quero que ela sofra como eu nessa lavoura de café,
Tenho a esperança de que Deus vai me ajudar.
.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,.,
“Temos tanto e ainda reclamamos.
Quanto mais temos mais queremos.
A vaidade nos enaltece,
Enquanto milhares de trabalhadores,
Sentem varias queixas e dores,
Sem voz as vitimas do sistema, perecem.”