Régua e Compasso

Cada passo que dou no escuro,

cada tijolo que ponho no muro,

cada verso que eu faço,

peço régua e compasso:

são sinceros, eu juro.

Cada coisa que me meto,

cada rima que cometo,

cada nota que recebo,

peço régua e compasso:

para o tal mancebo.

Construindo o meu futuro,

acabaram com meu muro,

mas o discurso continua,

mesmo com cara de idiota,

e a cidade toda nua.

Vou driblando o agiota,

dando uma de poliglota,

e com as costas quentes,

mas nem isso importa,

vou somar no côro dos cotentes.

Mateus Ambra
Enviado por Mateus Ambra em 02/06/2009
Código do texto: T1627485
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