Menino de rua
Esther Ribeiro Gomes
Aqui, ali, acolá...
Esse menino onde andará?
De alegria nunca ouviu falar,
tristeza invadiu todo lugar...
Corre, corre, meninada,
vai atrás, na madrugada,
em busca de mais um não,
perdido na escuridão...
No farol, malabarismo
e um olhar mais atrevido...
Moço, me dá um trocado,
que é para o pão, para o feijão,
moço, não foge não...
Pobre menino, pequeno, franzino,
que a vida bem cedo castiga...
Não tem sonho, nem esperança,
sua luta é agora, senão dança...
Ali na esquina, de olho,
o traficante espera afoito,
para vender ao pequenino,
a porcaria do crack, do pó...
Sem ninguém que tenha dó,
adota o “tio” como ídolo!
Pobre menino de rua...
Sua vida já está marcada,
não brinca com a meninada...
Agora tem que “trabalhar”,
para o traficante sustentar!