MARIA PUTA.
Lá nos confins do serrado,
Ouve-se um choro,
Não um chorinho de violão,
Tampouco de sanfona ou viola,
Um chorinho de recém-nascido.
Uns segundos de vida,
Já apanha da parteira,
Uma vida inteira,
Apanhando do mundo,
Desperta,
Nos sonhos,
Nos pesadelos.
Sua Graça Maria,
Sua desgraça
Foi nascida mulher,
Cobiça dos moleques,
Cobiça dos homens,
Sua graça Puta,
Sua desgraça
Foi nascida pobre,
Lá nos confins
Da grande cidade,
Ouve-se um choro,
Um chorinho
De Maria Puta.
(D’Eu)