MARIA PUTA.

Lá nos confins do serrado,

Ouve-se um choro,

Não um chorinho de violão,

Tampouco de sanfona ou viola,

Um chorinho de recém-nascido.

Uns segundos de vida,

Já apanha da parteira,

Uma vida inteira,

Apanhando do mundo,

Desperta,

Nos sonhos,

Nos pesadelos.

Sua Graça Maria,

Sua desgraça

Foi nascida mulher,

Cobiça dos moleques,

Cobiça dos homens,

Sua graça Puta,

Sua desgraça

Foi nascida pobre,

Lá nos confins

Da grande cidade,

Ouve-se um choro,

Um chorinho

De Maria Puta.

(D’Eu)

Sidnei Levy
Enviado por Sidnei Levy em 10/05/2005
Código do texto: T16105