OS BARRACOS NAS FAVELAS
OS BARRACOS NAS FAVELAS
Apinham-se os barracos nas favelas
Emadeirados, nas portas usam tramelas
Em estreitas ruas infestadas de lixo
Franca revelação e falta de capricho
Da comunidade em que lá habita
Onde higiene com a limpeza conflita
O lixo podre gera focos de infecção
Esgoto viscoso se espalha pelo chão
Fluindo pelas ruelas a céu aberto
Demonstrando descaso incerto
Da administração que governa a cidade
Que não a protege nem por piedade
Nos monturos de lixo brincam crianças
No meio de dejetos da vizinhança
Se minhas palavras não forem comoventes
São moucos os ouvidos governantes
Indescritível o abandono relegado
Aos que vivem nesse estado malfadado
De humanos têm um problema capital
Terem nascido sob a influência do mal
Suas vidas, sua mentes entorpecidas
No labirinto de suas casas entrelaçadas
Face a disposição irregular e confusa
Onde a muito custo se acertam as saídas
E, é neste incomensurável Brasil
Rico país, cheio de grandezas mil
Onde ocorre a humilhante situação
Do povo estar abaixo da evolução
Como terem raciocínio concludente
Os filhos dessa desprovida gente
De viver condignamente despojados
Chegam à adolescência revoltados
Imiscuindo-se no crime e na droga
Até serem punidos pelo homem da toga
Aí... tarde demais a sociedade lamenta
E um pesado fardo às suas costas sustenta
Vamos sopesar e considerar melhor
O povo da favela humilde e sofredor
Dar-lhe guarida digna e humana
Tirando-o de vez da misera choupana
São Paulo, 21/05/2009
Armando A. C. Garcia
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