QUE MUNDOS ESTAMOS A CRIAR?

Poema baseado numa terrível foto que vi que mostra um soldado Americano a segurar e a acarinhar nos braços uma criança Iraquiana que está a morrer após mais um atentado que a invasão do Iraque originou. O terror precisa apenas dum motivo para se manifestar, deixem o povo do deserto em paz, dediquem-se a essa paz, deixem que a paz seque a fonte do terror, não alimentem esta…

QUE MUNDOS ESTAMOS A CRIAR?

Onde um soldado segura nos braços e dá amor a

Uma criança quase morta

Que está prestes a enterrar

Que mundos estamos a criar?

Ele quer salva-la, mas nem todo o poder

Do Universo

Pode resgatá-la

A um destino certo…

De nada lhe vale ter as armas

Mais poderosas do seu lado

A morte vai levá-la

E ele vai ficar desconsolado

Numa terra que pisa sem o pedir

Mata ou tenta uma ordem

Que aquela gente não entende

Não consegue discernir

Porque a sua lei

É uma lei antiga

Que os soldados do outro continente

Não sabem o que é

Nem sabem em que lugar ela fica

Agem como autónomos

Dum presidente de palha

E pedem secretamente que tudo acabe

Que Deus lhes valha

Enquanto as bombas não param de rebentar

E os massacres são o relógio

Que nunca para nem há-de parar

No meio das trevas

Eles descobrem ter sentimentos

Choram pelos mortos

Pelo seu sofrimento

Choram impotentes pelo terror

Que sem querer ajudam a semear

Enquanto eu, um agnóstico

Pergunto aos Deuses

Que mundos estamos a criar?