NOITES URBANAS (Versão em 20 versos - 1995)
Máquinas de motores possantes
emanam ruídos estridentes,
acendem em faróis ofuscantes,
apagam em nuvens poluentes.
Berros de beijos ardentes
adornam feições arrogantes
que tornam ações incoerentes
belas melodias dançantes.
Vermelhos olhos brilhantes
escondem verdades deprimentes
em longas viagens delirantes
nas pontas de estrelas cadentes.
Noites urbanas ferventes
ferozes mudam semblantes;
nos bares destroem sementes,
em cinzas mergulham amantes.
Os sonhos desarmados de antes
sumiram em realidades doentes
sufocados no odor dos fumantes,
congelados no frio das mentes.