Poema a contra-relógio
São nove horas de trabalho
certinhas todos os dias.
E às vezes ainda há serão,
se não for missa cantada,
no coro dos meus encantos...
Tudo isto numa semana
meses fora, todos anos...
E no meio desta panóplia
de afazeres e outros tantos
ainda há tempo pr´a ser mãe.
Encaixo a lida da casa
nos tempos em que devia
dar sossego ao cansaço.
E a dormir lá vou sonhando,
pondo em dia as emoções,
que passo para o papel
e transformo em poesia.
Mas acreditem em mim
não há tempo pr´a depressões
pois não há melhor terapia.
Mas neste contra-relógio
já me estava a esquecer
Vou cuidar de mim agora,
afinal, também sou mulher!