Alienaçäo
Feliz neste banho de espuma onde um homem,
mais que o sonhado me beija os pés safados;
a penetrarem recintos proibidos descobrem
que libido brota como ribeirinhos regalados!
Voa o pensamento mas a asas curtas regressa
taciturno,dessonhado, a má noticia expressa
conflito que meus irmãos impede de sonhar,
pois equivocados brigam até a morte chegar!
Doce massagem das costas caindo ao umbigo,
que encobr's seios de arrepios em sussurros,
em taças tombadas vinho testemunh'os berros
que a realidade alteram pelo banho de abrigo!
Continuam lá'ncarcerados os pobres qu'amo,
mas sexy anonimat'egoísta me fecha os olhos;
um breve relance mental chama o desanimo,
para me confirmar que sou gente sem brilhos!,
que se regozija na volúpia enceguecida muda,
efêmera,fugaz e impotente para curar u'a vida
que chora,agoniza, morre doente e metralhada,
mas o banho tem espuma fingida e açucarada,
fronteriza a alvura do negro,claro feit'água,
em pura utopia tentando me abrandar a magoa
que bem criei e sinto,oriunda da indiferença
apática täo conveniente, alheia à desavença!
Grenoble-Fr-20/05/2006