Metrópole
Não fique marcando touca,
Para não cair de boca...
No meio daquela praça...
Onde o povo — todo passa.
Se você olhar pro céu,
Vão afanar o seu chapéu;
E quando cair no solo...,
Vão levar sua tiracolo.
No canto da pirambeira...
Reze! P’ra não dar bobeira!...
Transluzem parte do clero...
Dançando nesse bolero.
Bandido, quase não peca...
Já limpou — tudo que seca.
Na esquina d'amargura...
Só acontece a desventura!
Já..., na calada da noite...
Geme um grito de açoite —
É mais um corpo ‘stendido,
Por não ser bem-sucedido.
Trovão de bala perdida,
Vai cruzando a avenida...
Desde cedo — noite e dia —
Vira tudo uma rebeldia.
É u'a triste confusão...
Viver aqui sem razão;
Só vos resta ir pro morro...
Donde lá — tereis socorro!
Julho de 1993.