Metrópole

Não fique marcando touca,

Para não cair de boca...

No meio daquela praça...

Onde o povo — todo passa.

Se você olhar pro céu,

Vão afanar o seu chapéu;

E quando cair no solo...,

Vão levar sua tiracolo.

No canto da pirambeira...

Reze! P’ra não dar bobeira!...

Transluzem parte do clero...

Dançando nesse bolero.

Bandido, quase não peca...

Já limpou — tudo que seca.

Na esquina d'amargura...

Só acontece a desventura!

Já..., na calada da noite...

Geme um grito de açoite —

É mais um corpo ‘stendido,

Por não ser bem-sucedido.

Trovão de bala perdida,

Vai cruzando a avenida...

Desde cedo — noite e dia —

Vira tudo uma rebeldia.

É u'a triste confusão...

Viver aqui sem razão;

Só vos resta ir pro morro...

Donde lá — tereis socorro!

Julho de 1993.

Pacco
Enviado por Pacco em 13/05/2009
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T1592324
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