Raça
Não
Não sou um poeta de celebrações
Sou humilde e sou negro
Trago em mim as marcas, discriminações
Mas mesmo assim eu não me entrego
As várias dores que a vida me infringiu
fizeram-me crescer e ser mais forte
Superar os dissabores que a vida me serviu
Cantar a negritude até à morte
Não
Não sou um poeta cabisbaixo por aí
Vivo e escrevo o meu orgulho
Represento a miscigenação de um país
que insiste em ver-me como entulho
As várias cicatrizes que o racismo em mim abriu
fecharam-se, e se tornaram uma couraça
Poeta negro, forte e varonil
Um jardineiro...
a semear, o orgulho de uma raça.