MALOCA

MALOCA

O pior lugar do mundo,

Cuja vegetação torna-se o cotidiano,

Vê-se a anônima humanidade,

Rastejando,

A procura de dias melhores,

E em seus barracos sujas,

De madeira infecta,

Cobertos por velhas folhas de flandres,

Aqui e ali,

Pedaços de algum encerado

Que fora atirado ao lixo...

Acolá,

Restos de caixa de papelão

Rotulados dos produtos consumidos pela mais

Fina sociedade,

Ironizando o novo cenário

Que se vê envolvido

Pelas vicissitudes monumentais.

Precário também o “reservado”

Às necessidades fisiológicas,

Onde o imundo se encontra,

Metamorfoseando,

A fim de disfarçar

O triste mundo corriqueiro

Da maloca...

Brasília, 24 de maio de 1969.

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 05/05/2009
Código do texto: T1576447
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.