MALOCA
MALOCA
O pior lugar do mundo,
Cuja vegetação torna-se o cotidiano,
Vê-se a anônima humanidade,
Rastejando,
A procura de dias melhores,
E em seus barracos sujas,
De madeira infecta,
Cobertos por velhas folhas de flandres,
Aqui e ali,
Pedaços de algum encerado
Que fora atirado ao lixo...
Acolá,
Restos de caixa de papelão
Rotulados dos produtos consumidos pela mais
Fina sociedade,
Ironizando o novo cenário
Que se vê envolvido
Pelas vicissitudes monumentais.
Precário também o “reservado”
Às necessidades fisiológicas,
Onde o imundo se encontra,
Metamorfoseando,
A fim de disfarçar
O triste mundo corriqueiro
Da maloca...
Brasília, 24 de maio de 1969.