Ao dia dos “não” trabalhadores.
(Dedicado àqueles que hoje não terão motivo nenhum para comemorar)
Acordo e olho pro lado
Sem ter que lançar seu trinado
O relógio descansa tranqüilo
Não tem que alertar o empregado
Da hora de ir pro trabalho.
Pode ficar sossegado
Batendo os minutos infindos.
Sem ter que sair pra batalha
Só penso na hora tristonha
Quando nesses anjinhos que dormem
Tocar o despertador da fome
Me enchendo de dor e vergonha
Por não poder pôr na mesa
O mínimo da riqueza
Que é o alimento do dia
E ver reluzir em seus rostos
Com grande contento e orgulho
Um sorriso de alegria.