Cativeiro da sumidade
Cruzado estareis nos cruzeiros
Em vossa insânia crueldade,
Orbitado sobre os coqueiros,
No cativeiro da sumidade.
As marcas deixadas na areia
Do deserto, que o vento soprou
As ondas despojadas na praia...
Na deriva a corrente que coou.
Ficaram somente as lembranças
Daquela tempestade cálida,
Onde naufragastes co’a esperança
Errante — na deidade pálida...
E quando fordes ao pó se cobrir...
Enterrai vossa promiscuidade
Na encosta, que irá exaurir
O augusto da alteridade.
Abril de 2009.