Cativeiro da sumidade

Cruzado estareis nos cruzeiros

Em vossa insânia crueldade,

Orbitado sobre os coqueiros,

No cativeiro da sumidade.

As marcas deixadas na areia

Do deserto, que o vento soprou

As ondas despojadas na praia...

Na deriva a corrente que coou.

Ficaram somente as lembranças

Daquela tempestade cálida,

Onde naufragastes co’a esperança

Errante — na deidade pálida...

E quando fordes ao pó se cobrir...

Enterrai vossa promiscuidade

Na encosta, que irá exaurir

O augusto da alteridade.

Abril de 2009.

Pacco
Enviado por Pacco em 27/04/2009
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T1563140
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