O TELEFONE
O TELEFONE
Leva e traz os mexericos
Por esse longo fio mágico,
Transmitindo paparicos,
Ou algum aviso trágico.
Um tilintar incessante
Massacra o ouvido da gente,
Pode até ser um maçante
Que nada queira de urgente.
Também ficam namorados
Muito tempo conversando,
No cujo fio “pendurados”,
À distância, namorando.
Negócios se realizam,
Propostas e negociatas.
Os grevistas paralisam
E convidam pra passeatas.
Há também alguns políticos
Que, antes das eleições,
Num destemor pelos críticos,
Fazem dos votos leilões.
E a tal de linha cruzada
Quando dá pra acontecer,
Já não se entende mais nada,
Quase faz enlouquecer.
Propaganda ao telefone
Existe de toda espécie,
Pedidos pra que se abone,
E óbolos pra uma quermesse.
Me ligaram certo dia,
E eu pensei que era pra prece.
Achei que a voz parecia
Com a do padre da quermesse.
Mas, enganei-me por certo,
Atendendo sem temor.
Era apenas um “esperto”
Me convidando pro “amor”.
Marcam sério compromisso,
Ou também banalidade.
Passam trotes, e com isso
Mudam-lhe a finalidade!