O TELEFONE

O TELEFONE

Leva e traz os mexericos

Por esse longo fio mágico,

Transmitindo paparicos,

Ou algum aviso trágico.

Um tilintar incessante

Massacra o ouvido da gente,

Pode até ser um maçante

Que nada queira de urgente.

Também ficam namorados

Muito tempo conversando,

No cujo fio “pendurados”,

À distância, namorando.

Negócios se realizam,

Propostas e negociatas.

Os grevistas paralisam

E convidam pra passeatas.

Há também alguns políticos

Que, antes das eleições,

Num destemor pelos críticos,

Fazem dos votos leilões.

E a tal de linha cruzada

Quando dá pra acontecer,

Já não se entende mais nada,

Quase faz enlouquecer.

Propaganda ao telefone

Existe de toda espécie,

Pedidos pra que se abone,

E óbolos pra uma quermesse.

Me ligaram certo dia,

E eu pensei que era pra prece.

Achei que a voz parecia

Com a do padre da quermesse.

Mas, enganei-me por certo,

Atendendo sem temor.

Era apenas um “esperto”

Me convidando pro “amor”.

Marcam sério compromisso,

Ou também banalidade.

Passam trotes, e com isso

Mudam-lhe a finalidade!

Maria do Céo Corrêa
Enviado por Maria do Céo Corrêa em 27/04/2009
Código do texto: T1561893
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