17 Anos - O Limiar Da Impunidade
17 ANOS – LIMIAR DA IMPUNIDADE
(ALTINO MANOEL)
De vez em quando eu brinco de ir embora,
Vendo a sujeira lá fora,
Crianças morrendo de fome, a vida vai,
O corrupto some ,mais impunidade,
Na cidade que é franca atiradora desta vez,
Ruas escuras, faróis perdidos, chegou o fim do mês.
Mãos ao alto me dê sua esperança e dignidade,
Quero também o que te resta de coragem,
Sua bondade quero que engula,
Tua integridade quero que cuspa,
Tua hora chegou meu caro,
As chaves do carro, por favor,
Carteira, celular e o que mais for.
Nada de gracinha eu tenho uma automática,
Nada de bancar o herói, quero sua alma estática,
Tenho 17 anos e posso tirar sua vida,
Nasci preto e pobre, então esta é minha sina,
Tenho sonhos vazios, esperanças vãs.
Mas ainda tenho minha automática,
E você só tem seu medo e a vontade de ir embora,
Parabéns isto eu não posso nem ter, pois,não tenho pra onde ir.
22/04/2009