CRIAÇÃO HUMANA
CRIAÇÃO HUMANA
Andando por uma rua deserta,
No silêncio da noite
De uma cidade desconhecida,
Numa paz total
Que paira em minh’alma, vou seguindo.
E, nessa solidão, paro,
Reflito um pouco.
Sinto a falta e a importância de um ombro amigo.
Recomeço a andar.
Sons? Apenas três:
Da brisa que soa suavemente;
Do latido dos cães;
E dos meus movimentos.
No início da rua surge um homem
Vindo de encontro a mim.
Quem será? Um inimigo?
Um religioso? Ou um humilde pai de família?
Não sei! Mas o medo me invade.
Permaneço na trajetória,
Não posso ser covarde.
À medida que o tempo e a caminhada
Encurtam a distância...
O coração acelera,
As pernas tremem,
Os neurônios se desgastam.
Então penso:
- Como defender-me? Isso será preciso?
O tempo dirá.
Enfim nos encontramos.
Era um grande amigo
Pensando também que eu pudesse ser
Um aterrorizante inimigo.
O medo que tomou conta de nós
Não foi por covardia,
Mas por essa insegurança social
Que o homem construiu
No seu dia-a-dia.
É assim, meu amigo!
A PAZ NÃO MAIS IRRADIA.
GILVANIO CORREIA DE OLIVEIRA
itanhemninja@hotmail.com
ITANHÉM, 11/12/2004