UM DIA QUENTE

Com pavor no olhar,
Sem chão para cair,
Sem voz para gritar,
Sem ter para onde ir.

Vive o tormento de um dia quente,
Apesar de não fazer calor,
Mas, é que alma sente,
O absurdo da dor.

É muito para a coitada,
Revira os seus sentidos,
Ser violentada,
Ao lado do marido.

Que impotente assiste,
Amordaçado – vigiado,
Com o revolver em riste,
- Cê é sangue bão - chegado.

Violência cometida,
Aumentou a audiência da TV,
Que fragilidade! Que desrespeito com a  vida!
...
Por que meu Deus, por quê?