HAVIA UM TEMPO…
Em que o dia
E a noite
Eram o mais puro
E desumano sofrimento
Havia um tempo…
Em que a vida de todos os dias
Era ordenada
Por um homem
Que na realidade nada sabia
Pois o nada
Era a sua religião
À qual se devotava
Com invulgar devotação
Talvez demasiada
Talvez fosse fanatismo
Musica suprema
Seu decorado hino
Que cantava alegremente
Enquanto o mundo ardia em chamas
Cantava quer no oásis
Quer no deserto
Quer na sua cama
Onde se deitava todas as noites
Sem consciência
Mas com a consciência
Do dever comprido
Mergulhado numa guerra
Preparava outra
Pois o caos era o seu
Querido comprimido
Para as insónias
Que o andavam a atormentar
Pois ele não compreendia
Porque havia homens
Que não aceitavam que fosse ele a mandar
Porque a Liberdade
Sempre foi um mandamento supremo
Daqueles que nada têm
A não ser o ar
Que podem respirar
Seres do nada
Com o tudo do seu respeito
Nunca seriam dominados
Pois o seu destino
Só a eles dizia verdadeiramente respeito…
Havia um tempo…
Poema protegido pelos Direitos do Autor