Fome

Era um menino pequenino

Franzino e de olhos tristinhos

Chorava baixinho num canto da rua

E os ruídos da fome de longe dava pra escutar

Era ela quem comia seus sonhos

Era ela quem devorava a esperança

Era ela quem consumia suas forças

E era ela quem deglutia sua vida

Se vinha um riso, era triste

Se vinha um suspiro, era agonia

Espera que ela passa, menino

Espera que fechando os olhos alivia.