O povo

O povo olha mas não vê, é cego

O povo fala mas não pensa, é bobo

O povo erra mas não diz, é o ego

O povo é muito mas ainda é pouco

O povo teme os seus empregados

O povo grita com os lábios cerrados.

O povo reclama,

Berra e faz birra

O povo é louco, Deus, o povo é louco!

O povo omite-se de seus problemas

O povo esconde seu berro obscuro

O povo é desculpa, é um povo apenas

O povo urra, o povo é um murro

O povo escorre por entre seus dedos

O povo escarra os seus próprios medos

O povo exclama!

Mas não sabe o que é exclamação.

O povo é burro, Deus, o povo é burro!

O povo não se basta na poesia

O povo esconde-se na sua latrina

O povo é nojo, o povo é novo.

O povo é povo, é lixo, todo dia

O povo é o reflexo do caos

O povo é longe.

O povo é massa inútil e obediente

O povo é peso morto.

Dessa sociedade demente

Desse governo contente.

Dessa loucura indecente que invade nossas casas

e nossas mentes.

O povo é brincadeira! O povo é piada.

O povo é corrosivo, é maresia.

O povo é passivo e não é culpa sua.

O povo é fruto da democracia deturpada.

O povo é o povo. O povo é a rua.

O povo é nada, Deus, o povo é nada!

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 06/04/2009
Código do texto: T1526342