NOSSO GRITO DE REVOLTA

Atendendo ao chamado das chamas

Que inflamam e sangram como drama

Pelo incêndio criminoso numa Indígena

Reserva... Na casa de Towê-Fulni-ô

Vimos deixar o nosso grito de revolta

Por tanto ódio e insensatez que lá aflora

Na própria Capital da República - Brasília/DF

Que deveria servir de exemplo de Paz

Ali quem manda é a cobiça e a safadeza

Uma praga que devora como aquele fogo

A consumir os bons valores como num jogo

Uma erva daninha que arrasta e tudo engole

A começar pelos mais fracos de juízo

Que perderam o caminho da decência

Não bastasse o triste exemplo de ontem

Quando o Índio Galdino foi incendiado

Num ponto de ônibus por 'filhinhos de papai'

Agora este outro crime hediondo vem à tona

Eles não sabem... Mas perderam a bússola

Navegam por águas perigosas e tenebrosas

Já faz algum tempo essa cruel insanidade

E a terra paga um preço alto por demais

Porque se entristece com a ganância

Corrupção e exploração em abundância

Explosão urbana demente e inconsequente

Onde os donos do poder são empreiteiros

Sempre na espreita da próxima vítima

Com propinas, negociatas e mamadas

Nas já tão murchas tetas da viúva

Num festival arrogante de contravenções

E o Índio... Pobre coitado é aniquilado!

É tratado pior do que animal castrado

Sem o chão sagrado e de seu direito

Vai levando a vida sofrida e humilhada

Pobre guerreiro assim marginalizado

Meu Deus, onde foi parar a justiça?

Onde foi parar a ética dos bons costumes

Os direitos e os deveres de cada cidadão

Estamos tristes e com o coração sangrando

Numa vontade enorme de soltar este pranto

Por ver tanto disparate e desengano

Com nosso povo cada dia mais sofrido

Enquanto esses canalhas só enriquecem

Entre os excluídos ali e aqui... Tudo Padece!

Dueto: Christine Fujiwara & Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 01/04/2009
Reeditado em 01/04/2009
Código do texto: T1517418