SANGRANDO

A massa, plebe ignara

Segue seus lideres, como ovelhas inconscientes,

Rumo ao matadouro.

Seres inanimados, sem vontades nem anseio

Apenas meros executantes de atos autômatos e dispersos

Gritam nas ruas

Vociferam nos microfones mudos

E jogam a vida no beco escuro da omissão

Tudo resume-se em pequena parábola

“Em terra de cego quem tem um olho é rei”

Para mim é aleijado ou monstro

Um verdadeiro anormal

Para movimentar tanta gente

Tolher tantas idéias, fazendo verdadeira lavagem cerebral

Robôs do século vinte! Uni-vos!

É o brado retumbante que aturde os confins da subconsciência

E, todo aquele que fugir a regra

Será queimado na fogueira do radicalismo

A onda tem uma seqüência assustadora

Tal qual bola de neve crescendo a olhos vistos

O objetivo é um só:

O bem estar do ego do senhor

A segurança cuida de todas as irregularidades

A vigilância é constante

Os jornais amarelam nas bancas

Esperando a vez de virem a ser

A grande palmatória dos lúcidos que não aderiram

Do alto do prédio construído com suor e sangue

Um martelo ressoa forte na cabeça de acéfalos humanos

Sobre este imenso barril de pólvora

O cheiro de revolta irrita as narinas

Postado ao lado da cruz que carrega

O homem sente o próprio semelhante degenerar

Num ato desesperado oferece a mão descarnada e fria

Onde o mínimo de solidariedade já exauriu-se

E, julga ouvir a voz abafada dizer:

_ Tudo bem cara, estou apenas sangrando...

JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES
Enviado por JOAO DE DEUS VIEIRA ALVES em 06/05/2006
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