MUROS
Ah, esses muros abstratos!
Cerceando as liberdades
Essas vis temeridades
Reprimindo nossos atos!
Heranças impositivas
Encravadas nas entranhas
Bloqueadoras tão tacanhas
Das veredas criativas.
Obstáculos irredutíveis,
Barreiras de contenções
Impostas por religiões
E costumes insensíveis.
Antológicos cerceamentos
Calcados de propriedades
Que põem as moralidades
Acima dos pensamentos.
Construções das morais
Alicerçadas em vagares
Bases dos sacros altares
E dos púlpitos venais.